Parece estranho dar adeus a alguém que é eterno para nós. Relembrar as últimas conversas, a última imagem, lembrar dos abraços, do sorriso, conselhos, da companhia de alguém que partiu e, de repente, a despedida torna-se um fato dado.
A sensação de que não vivemos o tempo necessário ao lado das pessoas que amamos, pode permanecer dentro nós após uma perda. Assimilar que a separação é real, sem mais esperar pelo retorno do ente querido no fim de um dia comum, pode levar tempo e exigir de cada pessoa uma ressignificação da vida. Para este recomeço, a cerimônia de despedida pode fazer toda a diferença.
| Um ciclo que se fecha
Por mais incrível que pareça e mais doloroso que possa ser, os rituais de despedida, independentemente das crenças e formação cultural de cada família, são como chaves que fecham ciclos e despertam nosso inconsciente para o fato do falecimento, fazendo com que as pessoas assimilem, ainda que dolorosamente, a separação.
A psicóloga do luto Ana Teresa Marzolla diz que a cerimônia de despedida é um momento em que familiares e amigos têm a última oportunidade de finalizar assuntos, despedir, tocar, pedir perdão, agradecer e dizer o quanto o ente querido é especial e fará falta. Viver este momento, ainda que com incomparável dor, contribui para concretizar o falecimento da pessoa querida, segundo a psicóloga.
Alguns contam como a pessoa era no trabalho, recordam as últimas conversas e lembranças divertidas. Cada um que visita os enlutados, entrega um pedacinho da história daquele que se foi.
A cerimônia de despedida é importante para os familiares e amigos que ficam. Um momento de receber das pessoas que vêm dar o adeus, suporte e apoio amenizando e reconfortando aos poucos os sentimentos angustiados que estão explodindo dentro dos mais próximos.
Alguns especialistas comparam o ritual de separação a uma colcha de retalhos, em que cada pessoa que visita os enlutados leva um retalho. Alguns contam como a pessoa era no trabalho, recordam as últimas conversas e lembranças divertidas. Cada um que visita os enlutados, entrega um pedacinho da história daquele que se foi. E estes pedaços que formaram a colcha servirão para que familiares e amigos próximos tenham ainda mais lembranças de quem se foi.
De acordo com a psicóloga Ana Teresa, este é um momento de evidenciar os aspectos e características positivas do ente querido deixando fora de cena, por alguns instantes, o fato do falecimento.
É incontestável que as cerimônias de despedidas são dolorosas. Um misto de sentimentos nos invade e deixa marcas difíceis de superar. Mas a vida é feita de diferentes ciclos que podem ser fases de sofrimento ou de alegria. É importante visualizar a separação como mais um destes muitos ciclos da vida que se fechará para todas as pessoas em algum momento.
O Plano Prever reconhece a importância das cerimônias de despedida e, desde sua concepção, visa dignificar o luto, dando, neste momento tão difícil, todo o suporte necessário para que as famílias e amigos se preocupem apenas em prestar suas últimas homenagens.
Você não precisa passar por esse momento sozinho. Procure ajuda para enfrentar o seu luto!
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